A ®ússia em poesia
A eletricidade gerada numa apresentação teatral fica em suspenso, como bruma na serra. Sendo invisível, se faz notar pela temperatura, pela fusão de odores e com frequência, objetos são esquecidos, deixados para fazer companhia ao palco esvaziado. É nesse panorama que recordo as misturas palco plateia, em meus registros.
Agora, no que chamam viagem cênica cibernética ou cyber cena.
Venho acompanhado as manifestações nas lives de teatro. Os monólogos aparecem descortinando as web ribaltas. Bailes sem orquestra, se apresentando em estúdios, em (trans) missões.
O teatro russo e suas sombras, aparecem para nós na apresentação da atriz Ondina Clais, em Katierina Ivânovna. Planos do novo fazer teatral:
– “Vai dar certo”.
Quer lavar tudo, voltar ao ponto. É estranha em cena, manda sentar.
Estou me apresentando ao tempo das lives. Comentários silenciados e corações coloridos desprendidos, nas plateias virtuais.
Ontem, assisti em pé como numa arena, em certos momentos saí andando, telefone na mão. Rodopiei em fuga com a câmera carne cristal líquido.
Vitrais projetados em muitas despedidas:
– “Acabou”.
Nas trocas de luz, inverno das cores quentes.
Bem que podia ser série, para seguir assistindo.
Live maratona. Obrigada.
K.I.
Ensaio realizado em 11 outubro 2017
Direção Nogaeva Tenório e Ruy Cortêz
Atriz Ondina Clais