‘Macaco’: Cia. do Sal tempera episódios digitais com muitas ideias

Lenise Pinheiro

Bonito de ver tantas liberdades na Arena Teatro:

– “O Macaco é uma diva. A diva do Jazz. A carne mais barata do mercado é a carne negra”.

Clayton Nascimento. Intérprete e arranjador da aula magna em estado de alerta. Imanta a cena. Se empareda no círculo do palco. Estabelece contato com o ar incorpóreo e atinge a lente. Se filia ao partido alto. Faz aliança com o divino:

– “O meu quintal é maior que o mundo”.

Acocorado no palco. Fala dos séculos engavetados.

Toma o espaço e reconta a história do Brasil.

Grita, delata clientelismos e torturas.

Contabiliza 521 anos de matemática perversa.

Sangra 388 anos de escravidão. A conta não fecha.

Sem universidades, sem recursos. Só exploração.

Lembra a cartilha Caminho Suave:

– “A Macaca é má”!

A natureza se impõe:

Migrações para terras produtivas.

Jangadas. Chico o Dragão do Mar disse não à corte portuguesa. Doze anos antes da Princesa Isabel. Fortalezas…Ceará:

– “A história é minha, é sua, é de todos nós”.

Tatuagens com as marcas do figurino.

Artifícios tridimensionais no corpo do ator.

Açoites.

Denúncias.

Macaco

Dramaturgia, direção e interpretação: Clayton Nascimento. Iluminação: Vinicius Bogas.

Direção técnica e mapa de luz: Danielle Meireles. Provocação cênica: Naruna Costa e Ailton Graça.

Direção de movimento: Aninha Maria Miranda. Produção: Barbara Arakaki e Bará Produz.

Gênero: Drama. Duração: 90 min

Assessoria de Imprensa Eliane Verbena Comunicação

III Mostra de Teatro de Heliópolis

Dia 31 de julho às 19h

Local de Exibição on-line

http://ciadeteatroheliopolis.com/mostra2021

Local / Lives: Instagram – @ciadeteatroheliopolis

Acesso gratuito. Classificação: 12 anos

Dia 31 de julho às 20h30 Live com Clayton Nascimento