Artistas adotam tom de denúncia na leitura dos versos de Augusto dos Anjos
As câmeras vagueiam pelos pátios internos, anexos. Perpassam o auditório, encontram a caveira, o piano de cauda.
Embaralham as dependências da Biblioteca Mario de Andrade.
Trevas ao meio dia, nos dizeres da trupe de teatro. Gritos:
– “Guerra”!
A podridão serve de evangelho:
-“A desarrumação dos intestinos”.
Tempos de imobilidade, corações despedaçados em despedidas.
Desmoronamentos. Mortes:
– “Olhos em lágrimas imersos”.
Delatam os crimes de corrupção entre sofismas e acordes.
O espanto frente às sinistras visões:
– “Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros”.
Fotografias sem rostos. Imagens sem créditos.
CPFs cancelados. Valas abertas.
O processo genocida de desconstrução constante.
Nem as cartas do tarô dão conta de tanta destruição frente as estruturas do conhecimento, da ciência, da ecologia e da arte.
Verbos declinados com fervor. Assombros:
– “A mão que afaga é a mesma que apedreja”?
Voos desabridos. Fugas. Vigílias.
Equipes de trabalho. Forças da natureza.
Velas acessas contra posturas ditatoriais.
Espelhamentos. Humanidades:
– “Fúlgidos letreiros”.
Trevas ao meia dia
Roteiro, Atuação e Direção Johana Albuquerque
Composição, Piano e Atuação Pedro Birenbaum
Direção de Arte Julio Dojscar
Figurinos e Visagismo Leopoldo Pacheco
Iluminação Aline Santini
Direção de Fotografia e Vídeo Marcelo Villas Boas e Ronaldo Dimer
Câmeras Marcelo Villas Boas e Ronaldo Dimer
Produção Bendita Trupe
Realização Teatro na Mário
#cenaspoemas de Augusto dos Anjos em vozes e piano
Dia 05 de julho às 19h