Grupo Tapa abre mostra virtual com Walderez de Barros
As Portas da Noite
No piano de cauda, os reflexos da sala de espetáculos.
A escada, as poltronas. Tudo vazio.
Câmera, tripé. Folhas pelo chão.
Dó ré mi fá. Sol dó lá si.
Ré sustenido. A quarta tecla. Terceiro sinal.
A atriz dá de ombros, sentada na centro da plateia.
Ela sorri o mesmo sorriso do homem de monóculo.
Sem olhares diretos. Sem brincadeiras.
Crianças, adultos e pássaros por testemunha.
A atriz sorri. Fala do amor e da terra.
– “Entre conosco nas portas da mente”.
Gasta seu francês. Sonha com seu jardim.
Toca as madeiras do palco com mãos firmes.
Suas feridas ardem. É a guerra.
Lembranças de um verão de entregas.
Na lateral do palco ao lado dos refletores.
A atriz suplica:
– “Fique aí onde vc está, não vá embora, dê um sinal de vida. Apareça de repente na floresta da memória. Nos dê a mão e nos salve”.
Esse amor tão intenso, tão frágil e tão terno… Desesperado.
A atriz descreve recordações de amor.
Se apresenta em gaiola com a porta aberta.
Escolhe o frescor da beleza para um desenho.
A iluminação tinge seus cabelos de luz:
– “Uma recordação de amor, é muito mais que um pingente em forma de coração pendurado em uma corrente”.
Dia dos namorados no hemisfério sul.
Walderez de Barros canta a plenos pulmões.
Cantarola, declama versos.
Empalidece, espezinha.
Comove. Arrebata.
As Portas da Noite
Texto: Jacques Prévert.
Direção: Eduardo Tolentino de Araujo.
Atriz: Walderez de Barros.
Pianista: Gustavo Petri.
Captação de Vídeo e Fotografia da Transmissão: Gito Fernandez. Operação de Áudio: Lucas Bulhões.
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes.
Assistência de Produção: Natália Beukers e Nando Medeiros.
Produção Geral: Ariel Cannal.
Transmissão on-line Teatro da Aliança Francesa.
Sábado 12 de junho 19h Domingo 13 de junho 19h
Duração: 40 minutos.
Classificação etária: Livre.