‘Onde estão minhas mãos, esta noite’. Do que você precisa para existir?
Experimento online visto por tantos, em maio comemora um ano de apresentações, agora em mais uma temporada virtual até 21 de março. A força dos trabalhos dessa equipe de criadores originou, durante a pandemia, um híbrido entre o documental e a ficção, trabalhando com foco no distanciamento social e suas implicações.
A porta se abre, revela o amarelado das paredes, alguns móveis, plantas e livros. Enquadramentos obliterados e muitos movimentos de mãos. Elas se agitam, se esfregam. Quase desaparecem.
Penteiam o cabelo. Acenam:
– “Vocês chegaram, é aqui”.
Relatos e prenúncios decretam:
– “Temos medo”.
Os sonhos estão prestes a sumir? Dá para fechar os olhos e sonhar?
Fabulista e mentirosa. Sobrevive.
Cria tiques e taques com a câmera. Escorrega para baixo, contabilizando os fios de cabelo perdidos por dia. Fala da vida da gente. Dos tons, das cores e das diferenças sutis. Dos perdões e dos bolos de maçã.
As conversas se atém ao presente. Espelham seu corpo e suas plantas.
Arrependimentos e muitas mãos. Gritos:
– “Saravá”!
Aflições em ondas sonoras. Obsessão por cuidados e asseios.
O olhar da atriz magnetiza a atenção. Potencializa nossas deficiências. Estabelece distâncias. Dinamita o concreto chamado esperança. Ela vira os brincos de bolinha. Estabelece distâncias. Ensaia abraços.
– “Onde vamos pôr as mãos quando estivermos diante da liberdade”?
Pergunta por onde andam as coisas magníficas às dez da manhã.
Sai de quadro. Passa batom. Evoca a barata da Clarice.
Tenta se acalmar. Faz auto análise. Encontra os heróis.
Lança olhares e constatações.
A atriz discorre sobre o cotidiano:
– “O que você gostaria para se sentir melhor?
A personagem divaga:
– “Do que você precisa para continuar existindo?
Da escuta empática às sessões de humanidade e teatro.
Do que você precisa para existir?
“Onde estão minhas mãos, esta noite”.
Direção: Moacir Chaves
Dramaturgia: Juliana Leite
Atriz: Karen Coelho
Direção de arte: Luiz Wachelke
Técnico de som: Marcello H
Direção de arte: Luiz Wachelke
“Paz”/poema: Adriana Lisboa
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
TEMPORADA GRATUITA – reservas maosaoteatro@gmail.com
ONDE ASSISTIR: Zoom (através de link enviado por email mediante reserva antecipada)
HORÁRIOS: 6ª a domingo às 20h / DURAÇÃO: 35 min (seguidos de bate-papo da equipe com o público) /
GÊNERO: drama / CLASS. INDICATIVA: livre / TEMPORADA: até 21 de março