Resgates do chamado teatrão inspiram criadores e criaturas na cena virtual

Lenise Pinheiro

O Ponto: função de destaque das antigas montagens ficava abaixo do nível do palco em uma espécie de redoma. À frente dos atores soprava as falas. Caiu em desuso e agora, na retomada das temporadas onde as peças de teatro se apresentam em teatros sem público para captação de imagens, volta a fulgurar nas fichas técnicas. Peças de teatro passam a estrear em transmissões pela internet. Estão acontecendo em menor número de apresentações presenciais com número de público controlado.

Artistas e técnicos com atenção voltada aos cuidados com a pandemia. Mostrando seus trabalhos em linguagem adaptada. Com maior penetração. Sem apelar mas já apelando. Aplausos. Reverência a todos os envolvidos em lives e produções on line. Cabe ao profissional de teatro escalado seguir as orientações da direção do palco/set e viabilizar a transmissão junto aos “videoartistas”, atores, maquiadores, costureiros. Todos os gêneros e todos os gostos, em busca de luz e sustento.

A força dos envolvidos (literalmente) emana felicidade guerreira.

Presente para o público que fixa seu aparelho de telefone num cantinho da sala e se concentra nos desconcertos que entram em cartaz. Maestros e compositores também engajados nas novas produções virtuais em breve plasmadas…democráticas.

Objetos de cena organizados e palavras chave. A conhecida “Dália” também entra em ação ao relembrar trechos que porventura “apareçam” na dramaturgia em caráter de urgência. Ou que pelos mistérios da natureza humana teimam em escapar da memória e por conseguinte … do roteiro original.

Diafonias que voltamos a ouvir. Pedras que teremos de quebrar.

No distanciamento:

– Vacina Já.