Máscaras da tragédia e da comédia perfiladas mundo afora

Lenise Pinheiro

Em tempos de pandemia com hospitais lotados os profissionais de saúde seguem paramentados com equipamentos de proteção para evitar o contágio. Nada alivia a sobrecarga das horas ininterruptas de trabalho e os macacões se assemelham aos trajes espaciais. O ambiente hospitalar em nada se assemelha ao lúdico dos palcos.

É vida real.

Na política ternos e gravatas. Carapaças e carapuças do poder.

Do laço vermelho pinga o sangue e a bílis.

Na invasão ao Capitólio americano, terroristas em trajes de horror.Punhos cerrados, armas em riste.

Que vença a Democracia.

Técnicos de iluminação, som e vídeo em lenta retomada, também precisam de segurança para enfrentar a mobilização no setor cultural. Capas protetivas e máscaras, causam forte impacto visual mas tornam-se indispensáveis no enfrentamento ao vírus.

O cuidado com os figurinos no movimento das transmissões ao vivo também fica em evidência. Interessante observar que a concepção de um personagem está intimamente ligada à forma com a qual ele se apresenta. Muito se estuda sobre esse quesito tão valorizado nas artes. Temos grandes profissionais figurinistas. E a evolução do setor inclui frequente atualização de materiais, acabamentos e acima de tudo requer mão de obra especializada.

Em suspenção nas atividades presenciais as costureiras, os figurinistas e demais técnicos se organizam e passam a confeccionar máscaras. Emprestam a eficiência adquirida no trabalho em teatro para melhorar o cotidiano. A dupla corte e costura se apresenta em todos os lugares públicos. Em temporada sem término previsto.

Onde todo dia é dia D.

E toda hora é hora H.