A tecnologia é utilizada como suporte vital nas artes durante a pandemia

Lenise Pinheiro

Arte em produção via internet. Confinados ou em lenta retomada artistas criam atmosfera onírica. Movimentam cenários imaginários. As opções servem de alento ao público apartado das salas de espetáculos.

No Brasil a cena política degradada em inumeráveis apresentações. Piadas machistas, risos sardônicos, arrogâncias e violências. No pior dos mundos seguimos governados pela intolerância. Ameaçados pelo vírus e pelo poder de destruição do atual governo.

2020 insiste em espalhar tristezas em 2021.

Mãos que se despedem, olhares desesperançados se voltam para dentro de nós. Mas a força da vida se impõe e grita:

– Basta!

Números dão conta dos crimes contra a mulher. Índices alarmantes precisam converter assédios em cassações. O corpo da mulher em postura libertária contra tantos desvarios. Ainda longe do aceitável caminha em direção à legitimação. Muito sangue já foi derramado em nome da defesa da honra masculina.

Vulvas assumem o protagonismo nas telas, transformam em denúncia a desvantagem experienciada até aqui.

Na ciência a morosidade na compra de insumos contra a Covid revela o manancial de desigualdade revelado pela pandemia.

A inação do governo convoca nossa indignação.

Em 2021 é preciso mexer os quadris. Em protesto vamos rebolar.