Morre Francisco Carlos (1957 – 2020), antropólogo por natureza, artista de teatro por vocação
Trouxe à cena, conhecimento, história e magia. Partida inesperada, divide a vida ao meio. Levado pelo infarto do miocárdio, deixa marcas de espanto pela partida abrupta. Deixa muito conhecimento, na terra ocupada, pelos seus muitos trabalhos. Francisco Antonio Carlos, operou milagres pelas salas de teatro, óperas, vídeos e shows.
Escreveu, dirigiu e iluminou ideias libertárias. Filósofo de carteirinha, teve o documento atestado pela Universidade do Amazonas. Tempos depois, chancelado como autoridade, pela escola da vida. Natural de Itacoatiara, manteve o foco, na ciência das artes dos palcos.
Raízes parabólicas, conferiram a ele poderes sensoriais, aliados à força de muito trabalho.
Macerou sabedoria e magia. Suas peças de teatro, tratados etnográficos, geográficos, históricos, sensuais.
Abrangências e profundidades catalogadas em mais de 40 capítulos. Trilogias, dípticos e banquetes, impressos em milhares de páginas do Brasil com “S” e com “Z”.
Desde nosso primeiro contato, uma linha tênue de admiração mútua, apareceu entre nós. Dramaturgo especializado em pesquisas, documental 24 horas arquivista, fez história. Tratados cênicos e aprofundamentos para falar dos índios e da mãe natureza. De seus espetáculos diversos ficaram as marcas do Jaguar, que ao apontar garras, sugere contornos na pele de todxs. Como tatuagens. Impressas naqueles que se deixam levar pela sua arte:
– “Francisco Carlos!
Gritos de dor estão represados pela perda desse homem tribo teatro. Sua força fica, emana.
Dos artistas das artes da companhia que o cercava, Clissia Morais e Kleber Nigro, entre todos da retaguarda, amigos.
Assim como os atores. Amores:
– “Ondina, Gaeta, Majeca, Kiko, Alessandra, Mafalda, Daniel, lista de talentos que junto com as saudades se agiganta e tende a aumentar. Todos os personagens criados por ele, atingem notas e registros cósmicos. Passagens vívidas que parecem sair do plano mítico para assomar planos quânticos.
Que perda. Que coisa. Querido, adeus.