Em gradual retomada das atividades, o Centro Cultural São Paulo celebra 38 anos em 2020
Inaugurado em maio de 1982, o complexo cultural em meio à pandemia, começa a abrir salas de bibliotecas, áreas expositivas e jardins. O arquivo multimeios, a coleção de arte da Cidade, a memória do CCSP, somados ao acervo histórico da Discoteca, com discos e partituras, ainda sem atendimento presencial. Com horários reduzidos, convém a consulta prévia quanto ao funcionamento.
Os protocolos de higienização exigidos, porem ainda não dão conta da abertura das salas de espetáculos, das mesas de leituras e da gibiteca. Nem do laboratório fotográfico, fablab, folheteria e mão na roda. Aos usuários, a recomendação do distanciamento de no mínimo 1,5 metros e a obrigatoriedade do uso de máscaras.
Encontros frequentes entre profissionais e admiradores da fotografia em preto e branco, uma constante em suas dependências. Técnicas de revelação e ampliação, expostas pelas galerias e divisórias do edifício. O projeto dos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles conectado à Estação Vergueiro da linha azul do metrô paulista, favorece o fluxo de visitantes. Espaço democrático, exemplo de urbanidade, referência até os dias de agora.
A sala Jardel Filho com capacidade para 324 espectadores, reconhecido palco de inúmeras apresentações teatrais. Em seus tablados, o que há de mais representativo no teatro, passa por lá.
Recebeu no ano da inauguração, o grupo teatral Asdrúbal trouxe o trombone, com o espetáculo A Farra da Terra. A trupe irreverente agregou iniciados nas artes, oriundos de uma oficina realizada na capital paulista, em novembro de 1982.
Em companhia de João Alfredo Damiano, fiz parte do coro no espetáculo. Da caixa das minhas lembranças, trechos do texto que cantávamos, caracterizados como punks, dançando em direção às coxias:
– “Quem parte quem fica, o que significa? Buscar água na fonte ou logo ali defronte. Morar na terra santa ou tomar uma fanta? Estar presente no local na hora do confronto social. Voar mais de mil milhas de avião? Ou só ficar sonhando no portão? Quem parte quem fica”?
Partiu, Centro Cultural São Paulo. Parabéns!