Só Jesus na causa

Lenise Pinheiro

No evento intitulado Paisagem Zero, idealizado pelo curador Ricardo Fernandes em parceria com o Sesc Pompéia em 2002, foi construída uma barraca que distribuía água mineral e uma das bebidas típicas do nordeste, o guaraná Jesus.

Chamava a atenção o fato do proprietário da marca, dividir o lucro da empresa com seus funcionários. E o exotismo do sabor e da coloração da bebida, se somaram à pluralidade da programação.

Em recente visita ao Maranhão, o chefe do Executivo, mais uma vez causa espécie. Sua performance, carregada pelo mau gosto habitual, mais uma vez presta desserviço em forma de preconceito.

Ao experimentar o refrigerante Jesus, de coloração rosácea, desferiu impropérios ao se referir aos gays. Disse que ao ingerir a bebida cor rosa se tornaria “boiola”, comentário depreciativo, em tons de escárnio. Códigos cromáticos sugerem analogias nefastas, nos despropósitos e nas falas do atual governante.

Horas mais tarde, frente a divulgação das imagens desse episódio, disse se tratar de brincadeira. Na tentativa de minimizar o impacto de seus gestos.

O comportamento homofóbico é classificado como racismo e considerado crime.

A covardia e a arrogância se aliam à impunidade. Marca registrada de sua gestão.

E como diz Ney Latorraca:

– “Cansativo”!!!

PS. Enquanto isso o ex-ministro da Educação, Sr Weintraub (destituído do cargo por improbidade), cumprirá mandado de dois anos, como diretor do Banco Mundial, com salário anual de

US$ 258.570,00.