Teatro Ruth Escobar
O Teatro Ruth Escobar, reaparece na lenta temporada de reabertura das salas de espetáculos, ainda sem programação em cartaz. E sem o habitual frenesi do entre e sai de funcionários e colaboradores, longe do agito das plateias.
A placa de aluga-se ou vende-se, afixada na porta de entrada, sugere a locação do imóvel, inaugurado em 1964.
Das salas Dina Sfat, Gil Vicente e Myrian Muniz, sopros em cor sépia do acortinado do palco, do tablado e dos balcões. Sem Arrabal, sem Genet, sem Peralta. Sem ninguém.
Sem Cacilda, sua amiga de voos livres, sem paraquedas.
Endereço lendário das artes de Ruth Escobar (1936 – 2017), no morro dos ventos ingleses. Polo cultural da atriz portuguesa naturalizada no Bexiga, em São Paulo. Bairro tradicional das artes “Cacíldicas”.
Arquitetura atravessada por vidros blindex, escadas de segurança e escorrendo do urdimento ao palco. Onde em A Morte e a Donzela de 1993, o público nessa sessão se distorceu, no painel do Felippe Crescenti.
Recriou Picasso, Portinari e quem mais pintar. Revoada de refletores impressos nos panos de palco de Felipe Tassara.
A força do trabalho de tantos artistas que por lá passaram deve estar entre os amarrados das cordas da casa da Maria Ruth. Seu teatro agora com passe livre.
Que venham novos ares, para o Planeta Escobar.