Beabá

Lenise Pinheiro
Geny de Melo Pinheiro, minha mãe. Profissional educadora e diretora de escola se estivesse viva, pouco teria a comemorar na data de hoje, dia dos professores:
– “Que saudades da professorinha que me ensinou o beabá”. Cantarolo ao reverenciar docentes mundo afora, todos viram suas rotinas alteradas. Envolvidos agora em aulas remotas, por aqui contam com conhecimento empírico, com os livros e com as artes.

Ferramentas à favor da ciência e da educação. Que, em suspenção como no Teatro, se esforçam para manter atividades à distância.

Atravessamos período de pandemia, com remissões, desfaçatez e negacionismo. Combatidos pelos profissionais que teimam em atar nós, espalhar sabedoria. No Brasil, as áreas da ciência, da educação e da cultura, devastadas pela incerteza. Dias onde censura e desmandos tomam vulto. Aqueles que aguardam aprovação dos cadastros para auxílio emergencial, tentam se manter saudáveis frente a tantas adversidades. A fórmula da felicidade inversamente proporcional ao cotidiano de assombro e números de casos de infectados aumentando na Europa. O que, oxalá se configure em alerta, para os que ainda negligenciam, medidas protetivas e de distanciamento social.

A retomada das atividades presenciais, sugerem protocolos ao reabrirem salas de cinema, museus e galerias. Escolas vencem os desafios diários. Os professores, hoje celebram seu dia. E vocacionados a melhorar o mundo, enfrentam condições adversas, ao se exporem pelas escolas sucateadas da rede pública. Resiliência, palavra de ordem, nesse momento exasperante. Há muito a se fazer, não podemos esmorecer.

E…como diz Fernanda Montenegro, que celebra a proximidade de seu aniversário de 91 anos:

– “Só há uma cultura que constrói um país. A cultura da liberdade. A cultura liberta, cria a alma de uma nação”.

Faço minhas as palavras dela. Estendendo aqui homenagens sinceras. Com votos de felicidade.