As cores no Teatro

Lenise Pinheiro

A fase verde, alardeada como possibilidade na reabertura dos teatros, na flexibilização da quarentena, mobiliza opiniões. Normas de segurança apresentam possibilidades. Plateias com lugares espaçados, muita higienização.

Atividades virtuais, ganham força entre os que se sentem melhor em resguardo.

Cacá Rosset, observa:

– “Há algo de muito errado na reabertura”. Epidemiologistas concordam com ele.

Outros comemoram temporadas em espaços alternativos. Fazendo o impossível, na visão de tantos. Com plateia de imunizados, acreditam alguns.

Por conta dos estudos inconclusos acerca da vacina, sabendo que mais de cinco milhões de pessoas, em nosso país, contraíram a Covid-19 e que a doença altamente contagiosa vitimou número superior a 150 mil brasileiros, muitas dúvidas para poucas respostas . Existe a “prospecção” de aumento de casos. O inexorável poder de destruição do vírus, sendo minimizado? Respostas viram sob o julgo do Deus Cronos. Em data próxima, a requalificação determinará as cores nos gráficos, nos palcos e nas telas.

O azul consagrado em sua profundidade, preenchem as cenas.

O vermelho das paixões, dos perigos e das violências se esparramam pelos palcos com seus cacos mundo afora.

E o verde das normas de novo normal, reabrem portas. Onde testagem em maior número trará mais proteção. Nessa tentativa de colorir o cenário atual. Paletas de cores primárias, secundárias…interrompidas.

Os tons em preto e branco também valorizam os detalhes. Traduzem inquietudes, obliteram as propostas estéticas das cenas. A iluminação, a maquiagem e o rigor técnico proporcionaram experiência única. Aqui celebro a ausência das cores com a Companhia Os Barulhentos e o diretor Rodrigo Spina. Coro de artistas sem voz. Nos lembram que teatro é arte viva!

Profissionais combativos. Resistentes às violências. Sequiosos de suporte às suas emergências.

O outubro é rosa. Na internet a cor roxa é eleita a cor do momento. Campanhas, sugerem o amarelo na luta pela Democracia.

E, se o arco íris com seu colorido, faz a ponte entre o céu e a terra, vemos sua luminosidade pedindo proteção.