Dois de Junho

Lenise Pinheiro

O menino Miguel, alça 35 metros de voo, na canção de Adriana Calcanhoto:

– “Num país negro e racista, no coração da América Latina”. Morre.

O Instituto Menino Miguel, com sede na Universidade Rural de Pernambuco, será lançado para o mundo, em outubro. Deixa rastro iluminando atividades e projetos. Nesse novo espaço, o desenvolvimento de estudos e pesquisas equacionam infância e sociabilidade. Mirtes Renata mãe de Miguel diz que agora, depois do acidente fatal, ele é filho de todos nós:

– “Me sinto amparada pela campanha ‘Ouçam Mirtes’ criada por Mana Bernardes, Monica Oliveira e Margarida Pressburger”.

Os artistas também abraçam a causa e, em distanciamemto social, pedem justiça.

Nas imagens que seguem, outras narrativas…muitas crianças, de mãos dadas e olhares mobilizados.

Bebês de colo nos braços dos pais, entram em cena, vivem da arte.

Crianças. Mignonnes, lindinhas.

Fofuras, troianas e guerreiras.

Crianças engajadas, tocam instrumentos, questionam a extinção da Fundação Nacional do Índio, voltam suas sextas-feiras para o futuro.

No calendário das batalhas pelas florestas, a luta de agora.

Regras impostas para desmontar as políticas indigenistas.

Num dia de boiada, não passarão.