Dilemas

Lenise Pinheiro

Data cívica com faixa presidencial e brindes em taças de populismo. Nem o bico de jaca e nem a alfaiataria de primeira, dão conta da cafonice do executivo.

A fala entre tropeços, ao titubear diz horrores, despreza escolhas que não as suas. Altera fatos, desdenha a lógica e nega direitos. O autoritarismo vigente desconhece os vínculos com a ética e ao desferir golpes no sistema Saúde, Educação e Cultura, desestabiliza a política e a democracia.

Para comemorar o sete de setembro, vemos nossa representatividade sequestrada, na esfera política do “roto falando do rasgado”, mais um feriado para passar a boiada. Ardem em chamas as chapadas verde amarelo. Índices alarmantes, registros dos desmatamentos via satélite. Discursos ditatoriais nessa pátria armada, em estado de emergência, expõem a nevralgia dos tempos de pandemia.

Corpos em sacrifício, às margens do Ipiranga.

Imagens reforçam as narrativas. Registros da malandragem no Rio Jordão. Louvor e ganância nas vestes de batismo, sudários da moda dos tempos de cólera. Tempos de vírus.

Holofotes tentam fazer brilhar o ator que assume a Secretaria de Cultura. Vê na estreia, protagonismo dividido com o músico australiano Scott Buckley autor da trilha sonora:
– ” Não apoio as opiniões do governo”.
Do vídeo comemorativo do secretario, fica a poeira depositada no microfone desligado. Vozes sem retorno. Fala sibilada e a atmosfera boko-moko.

Planos coniventes com o marasmo das aviltantes aulas do passado. Organização Social e Política Brasileira, sigla da morfologia perversa.

OSPB = CPMF.

O vilipêndio nas artes e os cortes nos orçamentos da Cultura, recorrências para lembrar que “o que não mata fortalece”?.

O Brazil com z das paradas comemorativas, das práticas ilícitas, dos medicamentos sem eficácia. Não está tudo oquei!

Falta empatia. E liberdade.