Dobraduras

Lenise Pinheiro

Águas límpidas, para navegar nossas distâncias, em origamis de poesia e papel. Cacilda!

Copos com água benta. Sortilégios em desuso.

Fincados em dívidas, com os pés e as mãos em dificuldades, grupos de teatros travam na reta, seus freios de mão puxados, entre alvarás, papéis e penhores. Freada brusca na produção, agora retirada do ar. Literalmente. Não se espera que super heróis empurrem o balanço…nossos braços estão em protesto. Contra o racismo, a violência e o negacionismo.

Mão na cabeça! Pá! Levaram 0 Mestre Nenê.

Faroeste em plena foto de “família” pose colidindo em poucos dias com meteoros e despejos.

A verdade se faz valer da força do trabalho da iluminação e do sorriso. A ciência assume o protagonismo na história.

Por enquanto, quem pode se mantem em distanciamento social, se espreme entre os azulejos da parede, para manter o equilíbrio e o alto astral. Perfila a adaga para manter a quarentena e a postura.

Desafios impostos, questões sem tremas, nem máscaras. Entaladas no poder. Se infectam ao reverenciar a data cívica. Sem protocolos.

E, tem aqueles que se encontram pelos palcos e plateias virtuais. Dispositivo das plataformas das artes, digitais. Na ponta dos dedos o aceno, a dobradura no bilhete da passagem, gestos impressos na folha de papel, dobraduras das lembranças…hoje…presenças! Felicidades. Tempos de público remoto e feriado nacional.