Vidas loucas importam

Lenise Pinheiro

Na data de hoje, há nove anos atrás, nos despedimos de Amy Winehouse. A diva, em sua passagem pelo Brasil, meses antes de sua morte, dava sinais de debilidade. À “merce” de seus próprios transbordamentos…artísticos.

No Teatro Oficina, na pele de Carolina Castanho, ela apareceu para nós.

Fez da pista, o palco perfeito para dar pinta, literalmente. No ano de 2011, (des)aparição fulgurante, ainda na memória de tantos. Em plena Macumba Antropófaga, da Uzyna Uzona do Zé Celso e do Drummond.

Nessa celebração, estrelas se encontram no panteão das performances catárticas. Se juntam à Amy, ao Cazuza, a Cássia Eller e Josephine Baker, Janis Joplin e Jim Morrinson… e outros dândis. Atores intérpretes e dramaturgos do babado, trouxeram à cena, a alma dos mitos. Loucos todos? Godot? Estamos?

Daniela Pereira de Carvalho, Bruce Gomlevsky e Mauro Mendonça Filho, esculpiam Renato Russo em todas as sessões. Estado de espírito, em cena.

Assim como voz, corpo e emoção davam asas a Walter Daguerre, Paulo de Moraes e Eriberto Leão. Composições musicais sui generes. Só show!

Carol Fazu, imprime a força do furacão Joplin nos trinados e no jeito de corpo. O texto de Diogo Liberano e a direção de Sergio Módena, no mesmo diapasão da cantora.

E Josephine Baker vira ela mesma no microfone da intérprete maravilha, a vênus negra, subtítulo do autor para apresentar Aline Deluna, no papel da diva. Direção do Otavio Muller e e outro texto de Walter Daguerre, mais um gol.

Trabalhos que vão além da homenagem, verdadeiras provocações.

Cantando… muito obrigada, Amy.