Notas de agora
A profusão de críticas veementes não arrefece a truculência policial.
Aqueles que deveriam oferecer proteção, exibem despreparo e falta de empatia. A população de baixa renda frequentemente atacada pelos agentes de segurança. Tudo filmado, à moda Spike Lee.
Pancadaria. Ainda renitente à retina, a imagem da mulher pisoteada.
Algema que arrasta nossas esperanças para baixo dos joelhos dos policiais.
Faz arder a pele negra. Fecha os olhos da justiça.
Atinge a todos ao barrar ordem judicial, favorece a força bruta.
Dramaturgia com notas iguais? Em cores diferentes para (re)existir, no novo normal.
No distanciamento social, debates se transformam em lives, estratégias artísticas.
Ferramentas para dar voz às narrativas do presente.
Inspiração para atravessar o período mais insólito dos últimos tempos. Nas pílulas ministradas pelos artistas dos palcos e das telas.
E, frente a fragilidade imposta, a arte mais uma vez surge como antídoto. Nas múltiplas frequências dos artistas. Gritos de socorro. Pedidos de resgates aqui e ali.
Para os trabalhadores da Cultura, editais começam a mover a massa falida. A Lei Aldir Blanc promulgada, mas ainda no plano utópico, se equipara ao sonho da loteria. Adia a liberdade para a semana que vem.
E, como dizia Oswald de Andrade:
– …”Quem tem a sorte de nascer personagem, viva ou morta”…
Da maquiagem dos atores, escorre os tons da fé e da esperança. Registros de um novo rabisco.
Plataformas para cantar liberdades, on line.
Bailar em êxtase, nessa valsa das máscaras, do lado de dentro da fotografia.
# sepuder #fiqueemcasa