Portal Teatro

Lenise Pinheiro

Muito se falou sobre a nudez, do agora empossado, secretário da Cultura. Benfazeja presença do rego à mostra. Nada imoral, a fotografia. E se a primeira impressão é a que fica…liberal escolha de imagem. Tomara o charme esbanjado, corresponda ao empenho necessário para o funcionamento da máquina pública, que o aguarda. Grande expectativa movimenta as comissões e bancadas. Em pauta, a urgência nos repasses do benefício, a que tem direito, a classe artística. Criadores e técnicos desgarantidos. Em meio ao cenário da pandemia. Emoldurados com frutas de cera na bandeja.

Artistas em vigília, atravessam portais imaginários. Despidos. Dispostos. Seus pelos e poros disponibilizados em palcos/pixels no novo normal.

Nessa seleção, nús artísticos para celebrar o teatro cybercena. VIVA!

“Em estado de poesia”… Marcelo Drummond, muso do Zé Celso, ator e diretor do Teat(r)o Oficina.

Giovanna Soar, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini, atores da Companhia Brasileira, perfilados na vibração e no amor ao teatro de Marcio Abreu em “Isso te interessa”?

Fabi Gugli e Anna Américo despidas e iluminadas por Gerald Thomas em “O cão que insultava as mulheres”. Estatísticas e números crescentes na quarentena apontam para a violência contra a mulher. Denúncias por telefone 180.

“Hipóteses entre o amor e a verdade”, as plateias de manequins pendurados inspiram esse ensaio. O corpo envelopado da atriz à meia luz. As apresentações, dos Satyros, “linkavam” público, elenco e plateia virtual”, preconizaram a linguagem de agora. Maria Casadevall, Ivam Cabral e Rodolfo Garcia Vazquez, em web cenas.

Ana Paula Bouzas em “Idiotas que falam outra língua”, dirigida por Fernando Guerreiro em texto de Rubem Fonseca. Aplaudida por tantos.

Ângela Barros, mostra os peitos, dentes e músculos. Nesse trabalho com Otavio Martins, (ins)pirações desde sempre.

A internet parece redimensionar o cotidiano dos que seguem em distanciamento social, imobilidade e desafios de toda ordem driblados com o poder da presença dos artistas, nesse cotidiano de cores desbotadas, arquibancadas vazias.

Onde bate forte o coração, também pulsa a tela plana.

Acompanho manifestações e lives de teatro.

Mouses e teclados, movimentam nossos olhares:

– “A união faz a força”.