Cenário da Mentira

Lenise Pinheiro

As fotografias de teatro, carregadas de significados, não mentem jamais! Encontro nas pesquisas de arquivo, alento para os dias e as noites.

Os auxílios emergenciais fixados em R$600,00 mensais, ainda não chegaram à classe artística. Sem assinar a Lei, e mais aparvalhado do que nunca, o chefe do Executivo escolhe o quinto secretário da Cultura, nada foi dito ou perguntado sobre projetos. Nada parece ser consistente, só a desfaçatez dos envolvidos.

A fuga do ministro exonerado renderá salário correspondente a R$ 115.800,00 em cargo em Banco com sede nos EUA. País que o acolheu sem a necessidade de cumprir quarentena, em função da pandemia, quebrando o protocolo de entrada de brasileiros. As análises combinatórias não dão conta das arbitrariedades e das falcatruas dos que ocupam o poder. Acompanho a cobertura noticiosa que enchem as telas com atualizações e falsos depoimentos. O advogado da presidência, falastrão e mau ator, entrega o jogo ao entrar em cena. E deixa um rastro de mentiras ao sair dela. Ultrapassamos a marca de mais de 50 mil mortes por COVID-19, números que perdem batalhas diárias para o novo corona virus. Mesmo assim, as ruas voltam a serem ocupadas e por mais que o alerta seja feito, não temos medidas públicas para conter o avanço do contágio.

Serve como alento a movimentação da Polícia Federal, que ao encontrar e prender o operador do sistema de fraudes, revela

imagens do esconderijo. O colchão encostado na parede, sinaliza o despropósito a que estamos submetidos. Chega!

Ensaio realizado com fotos do espetáculo Souvenirs Texto de Fernando Bonassi e Victor Navas. Direção Márcio Aurélio. Atores Malú Bierrenbach, João Vitti e Leopoldo Pacheco. Cenário André Cortez e Daniela Thomas. Teatro do Sesi abril/2002.