A lei aprovada, determina auxílio emergencial para os profissionais da Cultura, agora aguarda sanção do Executivo. Quanto tempo vai levar? Em distanciamento social, sigo em sintonia com as manifestações frente a morosidade da máquina pública.

A classe artística, em frequente vulnerabilidade, mais uma vez derruba barreiras e se destaca em meio a (i)mobilização do setor. Cria modus operandi, para incrementar os esforços nesses tempos de pandemia. Pela internet, os encontros entre telas, energizam forças que se agigantam e espargem tinta vermelha na rampa do autoritarismo.

Por deformação profissional, identifico nas fotografias de teatro, mensagens subliminares para motivação daqueles que compartilham fé cênica.

Nos palcos esvaziados, o mundo continua iluminado, sob a custódia do afeto do público de teatro. Pessoas para as quais dedico parte do trabalho que desenvolvo. Estabeleci ao longo dos anos, contato com quem se sentava ao meu lado, laços com pessoas que deixaram de ser estranhas para mim e que com o tempo estabeleceram relação de cumplicidade. Comum receber cutucões ou piscadelas como recompensa por “conseguir pegar” a emoção dos olhares. Em comunhão com os cliques, revelaram comigo a força dos abraços e dos beijos entre as personagens.

Parte desse contingente acompanha o trabalho que desenvolvo, com o encanto de que agora estamos apartados.

Demanda reprimida que se transforma em enfrentamento.

Ufa.