Maria Alice Vergueiro 1935 – 2020
A primeira vez que vi Maria Alice, ela estava sentada num banco de piano, ao lado de Zé Celso. Dedilhavam Kurt Weill, cantavam e riam da vida. Noite de Festival, em Curitiba, o vozerio emoldurado pelo batom vermelho ressoava pela sala, data em que ficamos amigas.
Aquela que tinha “um tufão nos quadris”, rebolou pelos palcos brasileiros, assumindo formas e contornos de majestade. Madame Satã, capricorniana operística…encantava a cada encontro. Agora, se despede deixando no firmamento, a música de sua gargalhada.
Soltamos muita fumaça juntas do Cachimbo de Mãe Coragem e nos famosos Tapas na Pantera. Célebre por feitos de tantos. Fácil dizer com quem trabalhou. Toda taba. Todo palco. No alvo! Com Luciano Chirolli para todo canto. Todo trampo. Todo bico.
Amiga do Jodorowsky, do Grupo Tapa, do Onintorrino e de outros bichos. Bichos Cacá.
Seu DNA segue em nosso trabalho, no do Galízia, no da Tricerri. Herdeiros da verve. Segue no nosso amor. Brindes em taças transparentes e coloridas. E partes do bolo daquela alegria! Maria!
Tento mais uma ligação no telefone fixo…ninguém atende…Maria Alice…saudades de você. Bj Lê.