Chaves e fechaduras

Lenise Pinheiro

Casas líquidas, portas trancadas. Estamos nos entrincheirando entre curvas do tempo e palcos vazios. Reposicionando métodos e ferramentas. Artistas e equipes técnicas, desenvolvendo novos fármacos. Se apresentam pela internet em interlocução diária. Cada qual à sua maneira. Sequências identificáveis, acessos céleres e mutações. Firmeza, como prova cabal da possibilidade para superar desafios. A arte está no ar. Suspensa literalmente.

Acompanho a matemática desesperançada dos especialistas, frente a alta dos números dos casos de violência doméstica nesse período de distanciamento social. Campanhas de denúncia, estabelecem novos códigos. Porém, na prática, as falhas desses roteiros inacabados apontam para as tragédias. Crescem os indices das pesquisas onde as chaves não se encaixam nas fechaduras. Sombras daquilo que já foi amor. Organismos infectados pelos genes ciúme, disseminam ódio e violência física. Mulheres agredidas por seus abusadores, se encontram mais vulneráveis. Ocorrências em todos os extratos sociais.

É nesse ambiente que recentemente celebramos o dia das mães e ontem o dia internacional contra a homofobia. Protestos pelo mundo afora, bocas escancaradas gritando:

– “Socorro”.

#Sepuder#Ficaemcasa