Atende-se dia e noite
Do banco de trás do carro em movimento, as primeiras palavras lidas,
voltam à lembrança. Eram placas de rua. Afixadas a bel prazer, nas fachadas dos estabelecimentos.
“Doutor Fulano, Atende-se dia e noite”. Era a que mas me chamava atenção.
Nada diferente do que temos agora. Os profissionais de saúde, no protagonismo dessa encenação de aflitos, se revezam com o vácuo deixado pelos colegas socorristas que se contaminam. Vidas pelo caminho. Câmeras, ação, lives. Bancadas e estantes.
Arena das plantas baixas dos palcos, deram espaço à tela de plasma. Com hora marcada, as apresentações de teatro se espalham em formatos outros. Pelos palcos, corpos e peles, a ciência enxerga organismo e derme. Nas fotos, edição de poros e suores. Líquidos dos dias e noites da cena, agora muda. Deixe-me gritar, saudades de personagens da vida onde nada é particular. SUSdependentes!
Palcos enfermarias. Aplausos para o movimento do peão que teima em girar ao contrário, com todos dentro. Mais (menos) médicos, covas rasas, escavadeiras. Sem cerimônias, sem despedidas. Os telejornais se esvaem em más notícias. Mortes em pencas. Violências desassistidas.
Dia desses escrevi tristeza com “s, para espantar a uruca do Brazil com ‘Z”.
#Sepuder#FICAEMCASA.