A vida real, no teatro.

Lenise Pinheiro

O isolamento, em prevenção à pandemia, deixa mais vulnerável a mulher, confinada com seu agressor. Os números comprovam e asfixiam.

Força bruta a aprisionar olhos vidrados e vozes inaudíveis.

Da alcova à luz, relatos amordaçados, chegam tarde demais.

Cenários de horror doméstico. Casas cárcere.

O punho cerrado entre quatro paredes, contra a mulher.

Abusos sem fim, na quarentena.

Casos se avolumam nessa parábola de covardia.

Elipses de mulheres em Cárcere privado.

Apitos? Resgate virtual? Meter a colher.

Medidas protetivas, em prejuízo, frente a epidemia.

Movimentos na terra onde a crueldade impera.

Nos dias de agora, a denúncia de tanta covardia.

O homem violento. Impune. Até quando?

A dramaturgia de Lepage, Tennessee, Consuelo e Plínio Marcos.

Ensaio de fotos que teimam em gritar socorro.