Cacilda Becker, registros artísticos.

Lenise Pinheiro

Nascida em 6 de abril, no interior de São Paulo, em Pirassununga, Cacilda Becker (1921-1969), saiu de cena, no intervalo da apresentação de Esperando Godot, ainda de figurino com braço pendente, tocando as poltronas do teatro Federação Paulista de Futebol, segue de ambulância avenida afora e entra na Ethernidade.

A descrição dela sendo levada e as demais cenas da montagem de Zé Celso, com a atriz Bete Coelho, embalam minhas palavras. Lives entram em cartaz, será que uma exibição de Cacilda!, está por vir?

O Cacilda Blog de Teatro, da Folha.com, no intuito de reverenciar a atriz, celebra o aniversário da musa com fotografias aqui reproduzidas.

Ainda iniciante já causava furor com retratos à beira mar em Santos, registros de Boris Kauffmann, testemunha do protagonismo da estrela.

Ela, que foi chefe de família desde que se entendeu por gente, capitaneou o clã, inspirando mãe e irmãs com graça natural, eliminando etapas, encantamento “feitiço e magia”; teve a cronologia da vida profissional contada através dos tempos por Fredi Kleemann, o fotógrafo que mais experimentou a ferocidade que ela conferia às suas marcas, em ensaios de fechar o comércio. Seus livros outorgam a mim oficiante do teatro e da fotografia, inspiração para além do momento decisivo.

Numa conversa informal com Marcelo Rubens Paiva, soube das aulas ministradas por Fredi Klemann no Clube Tietê, cabe aos tempos nos fazerem acreditar que os encontros presenciais já tiveram seus dias de glória. Remotas lembranças.

Quase cem anos de Cacilda Becker,  celebrados com entendidos em teatro e nas demais artes da rede.