Veja texto e fotos de ‘Tudo que dói’

Lenise Pinheiro

Fotografo autenticidade no teatro de Mario Bortolotto.

Há tempos conheço o trabalho do Cemitério de Automóveis. Nosso primeiro encontro foi numa sala do Centro Cultural São Paulo, logo transformada e devassada, pelo espírito do grupo. O clima do ensaio, misturava ringue e sacristia, cerveja com café, sarcasmo e afeto. Texto, teatro e música.

Tudo que dói, em cartaz no Teatro Décio de Almeida Prado, reforça os predicados de outrora, se apresenta com mais conhecimento de causa, enverga estampas e xadrezes, blusas furadas.

Atores caindo de boca e as nuances dos tons do Carcarah.

Danças, socos na mesa, respostas lógicas:

– “Entrevistas”.

Quereres , barbaridades e literatura.

Cercas e muros entre os povos, covardia e violência.

Esgares para a plateia, confidências:

– “Movida por curiosidade ou justiça”?

Matemáticas de um pai herói. Que erra na conta.

Será que a morte chega por distração?

Assuntos tabu.

– “O tempo não aceita revoluções”.

E, se Deus mora nos detalhes ou nas metáforas, tudo aqui, é celestial. O texto explora facetas e cruezas. Expõe veias estuporadas e músculos contraídos, parece expurgar muitas formas de amar.

Texto e Direção: Mário Bortolotto /

Atores: Carcarah, Débora Sttér, Renata Becker, Liz Reis, Marcos Amaral, Nelson Peres e Walter Figueiredo / Assistência de Direção: Isabela Bortolotto / Cenário: Mariko e Seiji Ogawa / Figurino: Letícia Madeira / Luz: Marcos Loureiro / Trilha: Mário Bortolotto / Operação Técnica: Ademir Muniz e Gabriel Oliveira / Cenotécnica: Mariko e Seiji Ogawa /Produção: Isabela Bortolotto e Letícia Krüger

Teatro Décio de Almeida Prado – SP

Rua Lopes Neto, 206

Sextas e Sábados 21h

Domingos 19h (Temporada até 21 de abril)