Está aberto o 27º Festival de Teatro de Curitiba
Nesse amplo conceito, toda forma de “Teatrar” entra em cena.
A plateia lotada do mítico Guaíra se manifesta, evolui e aplaude. Na cerimônia de abertura, a eloquência nos discursos. Homem dos palcos, João Luiz Fiani lembra a data comemorativa, 27 de Março, Dia Mundial do Teatro, e segue pela estrada afora. Os tijolos amarelos na nossa imaginação se amontoam, tomando forma a partir da fala do criador e diretor do festival, Leandro Knopfholz:
– Diferentes indivíduos, de diferentes vieses ideológicos, de diferentes crenças, de diferentes gêneros, opções sexuais, raças, estratificações sociais, faixas etárias. Em todas as mais de 1.200 sessões, nas ruas (amanhã é aniversário da cidade), em teatros tradicionais e espaços transformados em locais de apresentação, que neste ano ultrapassam 90 pontos espalhados pela região metropolitana, para receber cada um com sua característica própria ou sua individualidade. Fazemos um festival para cada um e, dessa forma, entregamos um festival para todos. Realizar um festival para todos… só é possível graças à confiança de instituições e empresas que nos respaldam e patrocinam.
Denise Fraga/MC pede resistência, lembra a potência das artes cênicas. E Fabíula Passini, diretora de Produção do festival, é ovacionada pelo público e colegas de certame, representa as mulheres. Não sobe ao palco para se juntar aos dez CEOs. Da plateia, a voz anônima e masculina indaga:
– E as mulheres?
A nova curadoria, de Guilherme Weber e Marcio Abreu, entra no terceiro ano de escolhas. Acertos para além-fronteiras. Conectam público e cidade. Taxistas, pipoqueiros e prestadores de serviços, termômetros oficiais, de modo geral, reagem:
– Este ano o festival está demais!
Na sequência, “Gira”, do Grupo Corpo. Trabalho de muitos recursos, bailarinos que fazem o pano rodar no quadrado de luz. O palco, uma cidade. Iluminada para parecer concreto ou saibro.
Orgulho de ter Pederneiras.
Eu aproveito para agradecer o convite do festival.