Tônia Carrero 1922 – 2018
Lenise Pinheiro
Em 1998, na cobertura da sétima edição do Festival de Curitiba, estive pela primeira vez com Tônia Carrero. A organização do Festival e os convidados para o certame, eram hospedados num mesmo hotel, o que facilitava os encontros. Nossa conversa, no saguão desse hotel, entrecortada por solicitações prontamente atendidas pela estrela, antecedia ao ensaio que originaria a foto acima. Capturada em estúdio montado especialmente para a ocasião:
– “For your eyes only”, se divertia e me encarava. Mandona. Madona. Ivone Kassu (1946 – 2012), assessora de imprensa e amiga de todas as horas, acompanhou o registro.
Falamos de teatro, de fotografia e iluminação. Dicas para mim. Certezas que vinham delas, em falas empoladas pela excitação. Falamos de atrizes. Para desaguar no depoimento de Tônia, sobre David Drew Zingg fotógrafo, inspiração em comum. Mergulhei fundo no olhar da diva. Seus olhos marejaram ao descrever as fotos do acervo nacional, minúcias e memórias de 1968. Falamos da passeata dos cem mil.
Do alto de um antigo hotel, no centro de Curitiba, ventos e memórias da manifestação histórica.
Descemos duas horas depois.