“Coriolano”, Cia Ocamorana encerra temporada no Teatro Arthur Azevedo

Lenise Pinheiro

O povo ergue as armas e a terra treme. Peça de Shakespeare.

Falas e escutas. Soldados e canalhas.

Amor à pátria. Portas de Roma.

Fomentos abalados.

Tatuagens e sangue pelo corpo de Coriolano.

Ator que encanta, raps sem batucada.

Trocadilhos:

– “Devemos agradecer a plebe, por nos salvar dos loucos ou agradecer aos loucos por nos salvar da plebe”?

Trilha rock and roll. Não há esperança. Estão todos condenados:

– “Que os Deuses tenham compaixão de nossa pobre cidade”.

Desterros e gargantas preparadas para os carrascos.

Missivas não enviadas. Pais abandonados.

Apedrejamentos, vigílias e cavalos.

Piano de uma nota só.

Falta de escrúpulos. Amores servis.

Delegação de mulheres.

Atores que “curtem cores como camaleões”.

Súplicas e dentes cerrados.

Perigo mortal:

– “Não espere pela fumaça da submissão. Se virem fumaça subindo, será das forjas que agora, forjam espadas”.

Escombros pelo palco.

Dias difíceis, noites de teatro.

Teatro Arthur Azevedo – SP

Sextas 20h30 Sábado 20h30 Domingo 19h (Últimas apresentações da Temporada)

Texto William Shakespeare

Direção Márcio Boaro

Elenco Al Nascimento, André Capuano, Andressa Ferrarezi, Aton Macário, Joana Pegorari, Joaz Campos, Letícia Negretti, Litta Mogoff, Luiz Campos, Manuel Boucinhas, Mônica Raphael, Pedro Felicio, Rodrigo Ramos, Thaís Campos e Thiago Meiron.

Cia Ocamorana