“A Voz que Resta” com o ator Gustavo Machado, no Sesc Ipiranga
Espetáculo escrito entre reencontros, aniversários, quartas de cinzas e dias confusos.
Ponto final de um verso sem fim.
O inferno pode ser sempre mais embaixo, menos aqui:
– “Madame Chopin da cobertura já martelando esse piano infernal. Tá ouvindo”?
A saga da Afrodite resfolegante em busca de um sinônimo perdido:
-“Parei de fumar, troquei o cigarro pelo adjetivo”.
Mistos entre senso prático, X Burguer e tristeza sonsa.
Fotos de alcova, teclas acariciadas e palavras sem acento:
-“Quem me dera que o vento escrevesse por mim, na areia”.
Flertes com deus e o diabo. Solos para a personagem Marina, sem música do Dorival Caymmi.
Vírgulas entre o sujeito e o predicado.
Perfume no elevador dos desejos:
-“Eu farejava tuas idas e vindas”.
Zilhões de palavras, bulas de remédio, receitas de bolo e frases e frases de para-choque de caminhão.
A verborragia dos apaixonados:
– “Ai. Não morde assim que dói”!
Hormônios, jogos e taças.
Noites brancas na dramaturgia do Vadim Nikitin.
Madrugadas e telefones perdidos.
Ressaca pelas paredes desse apartamento:
– “Pensei em andar na praia, comer um linguado, uma noite naquele hotel a beira mar onde a gente se amoitava“.
Unhas púrpuras cravadas na pele do ator:
– “Eu sangro em você”.
Pode acreditar.
Sesc Ipiranga – Auditório – SP
Sextas 21h30 Sábados 19h30 Domingos 18h30
Texto e Direção: Vadim Nikitin
Idealização e Atuação – Gustavo Machado
Iluminação: Aline Santini
Trilha Sonora : Alessa Camarinha
Direção de Produção: Carla Estefan
Assistente de Produção: Paula Micchi
Operação de Luz Camila Jordão