Abertura do 26º Festival de Teatro de Curitiba
É hoje. Vai começar a 26a. Edição do Festival de Teatro de Curitiba. Desde 1992, cubro com entusiasmo as apresentações. Me afeiçoei à cidade, tenho amigos aqui. Atores, diretores e técnicos, se multiplicam em progressão geométrica e gradualmente se incorporam às artes cênicas. Inúmeras salas de teatro pipocam aqui e alí. Teatros imponentes como o Guaíra, charmosos como o Paiol, as sedes das companhias locais, apontam para a formação de público. O Teatro Sesc da Esquina e outras salas bem equipadas, movimentam a cena curitibana.
O Festival vem se mantendo sob o comando de profissionais destemidos, predestinados a ouvir críticas e sugestões para melhorar ano após ano. Assim tem sido. E está bombando.
Ao arremalhar material para compor uma exposição retrospectiva desses últimos vinte e cinco anos, me deparei com negativos e arquivos digitais que somados, me ajudam a contar essa história.
Fiz um levantamento dos trabalhos apresentados ao longo desses tempos, envolvida pelas lembranças, tomada de assalto pelos acetatos da primeira oficina que ministrei aqui, ainda moleca. Trepada nos andaimes da construção da Ópera de Arame, olhos vívidos em direção ao futuro que dia após dia, vira passado.
Em Curitiba, a inspiração vem das companhias de teatro, do desvelo dos produtores locais, da atenção dos organizadores e do carinho que recebo ao caminhar pelas ruas do centro onde sou reconhecida pelo trabalho. Recebo abraços, retribuo sorrisos. Pessoas que silenciosamente me empurram para frente.
Aqui, os documentos de teatro, adquirem tons e contornos especiais, aprendi a conhecer a cidade do ponto de vista dos palcos, que se multiplicam na velocidade do afeto.
Hoje, em duas janelas da fachada do Guaíra, serão projetadas minhas fotografias. Desse teatro emblemático, recortes do teatro brasileiro saltarão aos olhos de quem passar. Instantes de luz e sombras. Rastros de felicidade. Obrigada.