“Mártir” encerra temporada no Teatro Cacilda Becker – SP
Tiradentes, o grande mártir brasileiro. As cartilhas da minha infância, recheadas de ilustrações cívicas, não poupavam ninguém. Uma delas trazia a pintura de Pedro Américo “Tiradentes Esquartejado” (1893) com requintes de detalhes, a coxa espetada, em carne viva, a barba ruiva e o olhar vidrado encabeçava minha lista de horrores . Mas, minha percepção estética na pré adolescencia dava sinais de vida inclinando minhas preferências ao tétrico, ao humor sombrio e ao fantamasgórico. Dentre as datas cívicas, a que mais me mobiliza é o feriado de 21 de abril.
Para minha surpresa, encontro outros mártires, agora no Teatro Cacilda Becker.
Várias vozes de teatro.
Uns foice, outros martelo. Surtos de fé.
Equalizações do fundamentalismo religioso.
Texto do alemão Marius Von Mayenburg me lembra
Hans Staden, outra inspiração. Nasceu em Homberg Alemanha, e veio ao Brasil em duas viagens durante 1548 e 1549. A segunda viagem de Hans Staden ficou conhecida por causa dos nove meses em que ficou prisioneiro dos indígenas Tupinambás.
Quase no fogo da caldeira.
Vemos agora atores amotinados.
Trabalho e elenco entre a cruz e as armas de Mártir.
Teatro Cacilda Becker – SP
Sextas e Sábado 21h Domingo 19h (Últimas apresentações da Temporada)
Mártir
Texto: Marius Von Mayenburg
Tradução: Christine Röhrig
Direção: Soledad Yunge
Atores Ana Andreatta, Carlos Morelli, Edu Guimarães, Georgina Castro, João Bienemann, Júlia Novaes, Taiguara Chagas e Tuna Serzedello.
Assistente de Direção: Luisa Taborda
Trilha sonora original: Fabio Muepetmo
Cenário, Figurino e Iluminação: Rafael Souza
Produção Executiva: Carú Lima
Direção de produção: Soledad Yunge
Realização: Cia. Arthur-Arnaldo da Cooperativa Paulista de Teatro